O papel do marketing sustentável na promoção do consumo consciente
Tomemos como exemplo os saquinhos ecológicos para passear com nossos pets, produzidos no Brasil pela Hari e George Pets, como uma alternativa mais sustentável e consciente, pois levam apenas 6 meses para se decompor. Uma alternativa simples, que ajuda a reduzir o uso de sacolinhas plásticas, que levam centenas de anos para se degradar, indo parar em aterros sanitários super lotados.
O kit de saquinhos vem sem a proteção plástica, para reforçar seu conceito sustentável. Práticos, podem ser colocados no bolso na hora de passear com seu bichinho. Na hora de usá-los, destaca-se na linha pontilhada, e a tira de papel serve como pá para colocar o dejeto dentro do saquinho, para ser descartado em local adequado ou adicionado ao lixo orgânico para compostagem.
A compostagem ajuda a reduzir a necessidade de aterros que geram proliferação de ratos, moscas, bactérias e micro organismos causadores de doenças no homem e nos animais, além de poluírem o meio ambiente através do vazamento de líquidos e gases que contaminam lençóis freáticos e aquíferos, prejudicando principalmente a fauna e o entorno.
Isso ilustra de forma simples, o redesign de um produto para atender um consumidor mais consciente e preocupado com a sustentabilidade, disposto a rever seus hábitos e consumir de forma mais responsável.
Mas não é preciso derrubar árvores para produzir papel?
Na verdade, as indústrias de papel estão entre as mais avançadas em relação à sustentabilidade da cadeia produtiva, uma vez que plantam árvores específicas para a extração da celulose e fabricação do papel, contribuindo para a captura de carbono e liberação de oxigênio na atmosfera. Estão inclusive muito envolvidas com as metas de redução dos gases que provocam o efeito estufa e o aquecimento do planeta, tanto que a Suzano já é considerada uma empresa carbono negativo, ou seja, limpa mais do que polui o ar ao longo do seu ciclo de produção, além de patrocinar várias iniciativas de reflorestamento.
Dentro desse conceito, a Ibá, Indústria Brasileira de Árvores, organização onde atua uma das colunistas do MarcasdeBem, Cindy Correa, tem como objetivo incrementar a competitividade do setor de papel e celulose, alinhando empresas associadas no mais elevado patamar de ciência, tecnologia e responsabilidade socioambiental ao longo de toda a cadeia produtiva das árvores, na busca por soluções inovadoras para o mercado brasileiro e global.
Mas vamos falar sobre outro “papel”, o da inovação para promover o consumo mais responsável
Alinhada aos conceitos do marketing sustentável, uma nova geração de empreendedores vem contribuindo com a reinvenção de produtos e serviços, através do questionamento de velhos hábitos, provocando consumidores a reverem seus comportamentos, tornando-os mais responsáveis com o planeta e a qualidade de vida das gerações futuras.
A Hari & George Pets, por exemplo, nasceu da ideia de duas engenheiras sanitaristas formadas pela Universidade Federal de Santa Catarina, tendo como principal objetivo diminuir a geração de resíduos nos cuidados com animais de estimação, um segmento de negócio que só tem crescido.
Segundo as sócias, podemos tornar o “lavar e reutilizar” uma atitude natural, fazendo com que as pessoas passem a se questionar: “Como descartar? Para onde vai o lixo depois que ele sai da nossa casa? Será que não é melhor buscar uma alternativa reutilizável em vez de descartável?”. Daí nasceram produtos como os saquinhos de papel para o passeio e os tapetes higiênicos laváveis.
Outras marcas e consumidores “de bem” também vem redefinindo seus papéis
Profissionais com foco em marketing sustentável apostam nesse caminho daqui para a frente, o de reinventar produtos, serviços e processos e incentivar comportamentos mais conscientes de consumo, oferendo alternativas sustentáveis, que promovam a circularidade da cadeia produtiva, possibilitando o reaproveitamento dos materiais, a redução do desperdício, o descarte e a geração de resíduos.
Felizmente, uma infinidade de novos produtos estão surgindo para reforçar a tendência do consumo responsável, objetivando prolongar sua vida útil, possibilitando reparos, upgrades e substituição de peças e acessórios, como alternativa ao descarte para simples reposição, estimulando a reciclagem ou devolução das embalagens nos pontos de venda, e a ressignificação antes do descarte, quando não houver mais alternativas de reaproveitamento.
Para reforçar esse hábito de nos responsabilizarmos pelas nossas escolhas e pelo nosso consumo, muitas empresas estão oferecendo serviços de recolhimento de produtos e embalagens e reinserindo esses materiais na cadeia produtiva. Apenas para citar alguns exemplos: Magalu, Havaianas e a marca OMO.